MONITOR DE SECAS DO MÊS DE AGOSTO DE 2017


Por em 18 de setembro de 2017



NARRATIVA DO MONITOR DE SECAS DO MÊS DE AGOSTO DE 2017

Condições Meteorológicas do Mês de Agosto de 2017

No mês de agosto, historicamente as chuvas com volumes mais expressivos (com acumulados acima de 100 mm) se concentram na faixa da zona da mata e agreste, entre o estado da Paraíba e recôncavo da Bahia (Figura 1.B). Nos extremos: sul da Bahia, leste do Rio Grande do Norte e noroeste do Maranhão estes acumulados oscilam entre 50 mm e 100 mm. Nas demais áreas do Nordeste brasileiro, os volumes das chuvas não ultrapassam os 25 mm.

No mês de agosto de 2017 (Figura 1.A) os maiores volumes de chuvas (com acumulados variando entre 50 mm e 125 mm) se concentraram no extremo sul da Bahia e na faixa da zona da mata entre os estados de Pernambuco e Sergipe. Em pontos isolados dessa faixa, a exemplo da cidade de Maceió e região metropolitana foram registrados volumes mais elevados de chuvas, com acumulados superando os 200 mm. Na zona da mata paraibana e no extremo noroeste do Maranhão estes acumulados variaram entre 25 mm e 50 mm. Nas demais áreas do Nordeste brasileiro, onde houve registro de chuvas, estes acumulados ficaram abaixo dos 25 mm.

Sabendo que agosto faz parte do período de estiagem da maior parte do Nordeste brasileiro, verificou-se que nesse mês em 2017 as chuvas ficaram em torno da normalidade em, praticamente, toda a Região (Figura 1.C). Naquelas áreas onde são esperadas chuvas, com volumes mais expressivos, a exemplo da zona da mata e agreste, as chuvas que ocorreram nesse mês variaram entre a normalidade a valores de até 50 mm abaixo do normal na maior parte dessas áreas. Por outro lado, no extremo sul da Bahia e na área de abrangência do município de Maceió as chuvas do mês de agosto ficaram com até 50 mm acima da normalidade.

 

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Síntese do Traçado do Monitor das Secas do Mês de Agosto de 2017

Em uma pré-análise, foram considerados os índices SPI e SPEI para 3, 4, 6 meses para a seca de curto prazo e de 12, 18 e 24 meses para a seca de longo prazo, com maior detalhamento para os estados do Ceará (CE), Rio Grande do Norte (RN), Pernambuco (PE) e Bahia (BA), em virtude de uma quantidade maior de pontos e informações que esses estados da região Nordeste do Brasil apresentam. No intuito de compensar o déficit de informações, tanto para esses Estados quanto para as demais áreas do Nordeste brasileiro, foram utilizadas, de forma ampla, os seguintes produtos de apoio: climatologia da precipitação mensal, precipitação observada, anomalia de precipitação do mês de agosto (e dos meses anteriores), bem como, o índice de saúde da vegetação (VHI). Com isso, áreas do Nordeste, onde há poucos pontos de informações, foram analisadas, além de complementar as áreas onde a densidade de informações é maior.

É necessário ressaltar que, para o traçado deste mapa, é considerada a seca física, levando-se em conta, principalmente, os índices SPI e SPEI, de curto e longo prazo, sem analisar as informações dos reservatórios.

Ao comparar o mapa validado no mês de julho de 2017, na Figura 2.A, com o mapa validado do mês de agosto de 2017, na Figura 2.B, verificaram-se algumas mudanças no traçado geral, tais como:

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Figura 2. Mapas do Monitor de Secas do Nordeste (NE) em 2017: (A) Mapa Validado – Julho; (B) Mapa Validado – Agosto.

 

No estado do Maranhão, os volumes mais expressivos das precipitações foram registrados no extremo noroeste do Estado, com valores variando entre 25 mm e 75 mm, enquanto que na faixa centro-sul, onde houve registro de chuvas, os acumulados ficaram abaixo dos 25 mm. Um dos reflexos das poucas chuvas registradas nesse mês de agosto foi a ampliação para norte da área de seca S0 (seca fraca). Além disso, no sudeste do Estado (na divisa com o Piauí) surgiu uma área de seca moderada (S1) e no extremo sul uma pequena área de seca grave (S2). Mesmo com esse déficit de chuvas no mês de agosto, o extremo nordeste do Maranhão permaneceu sem seca. Quanto aos impactos, estes se mantiveram como sendo de curto prazo (C) em, praticamente, toda a área de seca.

As poucas chuvas registradas no estado do Piauí também contribuíram para expansão para norte da seca fraca (S0) e seca moderada (S1). Já no oeste do Estado, houve uma redução na área de seca moderada e uma pequena expansão na área de seca grave (S2). Nas áreas com secas extrema (S3) e excepcional (S4) não houve mudanças significativas, quando comparado com o traçado do mês de julho. Apenas no extremo norte do Estado não se identificou uma condição de seca. Quanto aos impactos, estes se mantiveram como sendo de curto e longo prazo (CL) em todas as áreas que se encontram com secas.

No Ceará, as poucas chuvas do mês de agosto contribuíram para a expansão para norte da área de seca fraca (S0), tendo como consequência a redução da área sem seca. No sul do Estado também se verificou a expansão na área de seca extrema (S3). Nas demais áreas em condições de seca, principalmente naquelas com intensidades moderada (S1) e grave (S2), não houve mudanças significativas, quando comparado com o traçado do mês de julho. Em relação aos impactos, estes se mantiveram como sendo de curto e longo prazo (CL).

No Rio Grande do Norte, as precipitações do mês de agosto se concentraram nas localidades mais próximas ao litoral leste do Estado. Com isso, houve uma ampliação na área de seca com intensidade grave (S2), sobretudo no norte da mesorregião Leste Potiguar e no noroeste da mesorregião Oeste Potiguar. Nas demais áreas do Estado (Agreste e Central Potiguar) não houve mudanças significativas na severidade da seca, ou seja, permaneceram com intensidade variando de moderada (S1) a extrema (S3). Quanto aos impactos, nas mesorregiões Central e Oeste Potiguar estes permaneceram como sendo de curto e longo prazo (CL), enquanto que nas mesorregiões do Agreste e Leste Potiguar o predomínio é longo prazo (L).

Na Paraíba, as poucas chuvas que ocorreram no mês de agosto se concentraram na faixa da Zona da Mata, onde não foram suficientes para impedir o avanço de uma seca com intensidade fraca sobre essa faixa. Já nas mesorregiões da Borborema e Sertão Paraibano, onde as chuvas foram mais escassas, o resultado foi a ampliação da área com secas de intensidade extrema (S3). Nas demais áreas do Estado, a exemplo do Agreste Paraibano, não se verificou mudanças significativas na severidade da seca. Quanto aos impactos, estes se mantiveram de longo prazo (L) em grande parte das mesorregiões da Mata e Agreste Paraibano. Já no Sertão e Borborema o predomínio continua sendo de impactos de curto e longo prazo (CL).

No estado de Pernambuco, as chuvas do mês agosto se concentraram na Zona da Mata e Agreste pernambucano. Por terem sido de fraca intensidade, estas não foram suficientes para superar a média do mês, o que resultou no avanço para leste da área com seca fraca, reduzindo, assim, a área sem seca registrada nos meses anteriores. Outra área que também merece destaque é a faixa centro-leste da mesorregião do Sertão e extremo leste do São Francisco, onde as poucas chuvas do mês de agosto não foram suficientes para impedir a ampliação da área com seca extrema (S3). No oeste do Estado, o predomínio continua sendo de uma seca excepcional (S4), numa área que abrange grande parte da mesorregião do São Francisco e oeste do Sertão pernambucano. Quanto aos impactos, estes se mantiveram de longo prazo (L) no centro e sul do Agreste, além do norte da Mata. Já no São Francisco e Sertão os impactos permaneceram de curto e longo prazo (CL).

Em Alagoas, as chuvas que ocorreram no mês de agosto contribuíram para que este permanecesse sem seca em praticamente todo o Estado. A exceção é no extremo oeste, onde ainda há seca com intensidade fraca (S0), com impactos apenas de longo prazo (L).

No estado de Sergipe as chuvas que ocorreram nesse mês de agosto também contribuíram para que este continuasse sem seca em, praticamente, toda a área. Apenas no estremo oeste (na divisa com o a Bahia) ainda persiste uma área com seca fraca (S0), esta com impacto de longo prazo (L).

Na Bahia, as chuvas que ocorreram no mês de agosto se concentraram na faixa leste do Estado, onde contribuíram para uma pequena expansão da área sem seca, sobretudo na região sul. Vale destacar que essa área sem indício de seca se estende desde o sul da Bahia até a divisa com o estado de Sergipe. No oeste baiano, onde não há registro de chuvas desde o mês de maio (ou seja, quatro meses consecutivos de estiagem), houve uma expansão para noroeste da seca com intensidade extrema (S3), o que resultou na redução da área com seca grave (S2) e a supressão da área de seca moderada (S1). Também no oeste baiano houve um avanço da área de seca excepcional (S4). Essa mesma severidade da seca também persiste em toda a região norte e grande parte das regiões da Chapada Diamantina e Nordeste do Estado. Quanto aos impactos, apenas na divisa com o estado de Sergipe os impactos continuam sendo de longo prazo (L). Nas demais áreas do Estado, onde há situação de seca, os impactos permanecem de curto e longo prazo (CL).

Para o traçado do mapa Validado, referente ao mês de agosto, foram utilizadas as considerações feitas na reunião de autoria, realizada no dia 12/09/2017, por representantes da APAC-PE, FUNCEME-CE, INEMA-BA, ANA e ARESTech além das contribuições dos validadores da SEMAR-PI,  SEMARH-AL, EMPARN-RN e UEMA-MA.

 

 



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