MONITOR DE SECAS DO MÊS DE MAIO DE 2018


Por em 18 de setembro de 2018



NARRATIVA DO MONITOR DE SECAS DO MÊS DE MAIO DE 2018

Condições Meteorológicas Observadas no Mês de Maio de 2018

A Figura1, abaixo, mostra a espacialização da precipitação do Nordeste brasileiro: (A) registrada no mês de maio de 2018, (B) média histórica (ou climatologia) do mês de maio e (C) o desvio (ou anomalia) da precipitação registrada neste mês em relação à média histórica.

Do ponto de vista climático, os maiores volumes de precipitação no mês de maio, com acumulados superiores a 150 mm são esperados para o centro norte do Maranhão, Piauí e Ceará e faixa litorânea que vai desde o Rio Grande do Norte até o recôncavo baiano (Figura 1B). Os acumulados inferiores a 75 mm são normalmente esperados para toda a região central do Nordeste Brasileiro, o que inclui grande parte da Bahia.

Nesse mês de maio (Figura 1A) os maiores volumes de chuvas (acumulados acima de 150 mm) se concentraram na faixa da zona da mata e agreste baiano (entre o recôncavo e sul da Bahia), além do extremo norte do estado do Maranhão e em pontos isolados do litoral do Piauí, Ceará, Pernambuco e Alagoas. Por outro lado, os menores volumes de chuvas (com acumulados inferiores a 50 mm) foram registrados na faixa centro-sul do maranhão, Piauí, Ceará e centro-oeste de Pernambuco e Bahia. Nas demais áreas do Nordeste brasileiro, esses acumulados variaram entre 50 e 150mm.

Sabendo que o mês de maio está inserido no período mais chuvoso da faixa leste do Nordeste brasileiro, verificou-se que as chuvas nesse mês ficaram em torno da normalidade em grande parte da Região. Mesmo assim, também se constatou áreas com chuvas abaixo do normal, a exemplo da faixa centro-norte do Maranhão e Piauí, pontos isolados do Ceará, oeste da Paraíba, Alagoas e nordeste da Bahia, além de grande parte do estado de Sergipe. Por outro lado, chuvas acima da média foram registradas nas regiões sul e recôncavo baiano e também no extremo noroeste do Maranhão (áreas de anomalias positivas da Figura 1 C).

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Figura 1. Espacialização da precipitação (mm) mensal no mês de maio de 2018, na região Nordeste do Brasil (NEB): (A) precipitação acumulada; (B) climatologia; (C) anomalia de precipitação. Página de procedência da figura: http://proclima.cptec.inpe.br/precmesabr.shtml.

 

Síntese do Traçado do Monitor das Secas de Maio de 2018

No traçado do Mapa foi considerada a seca física, levando-se em conta, principalmente, os índices SPI e SPEI para 3, 4, 6 meses para a seca de curto prazo e de 12, 18 e 24 meses para a seca de longo prazo. Também foram utilizados os seguintes produtos de apoio para elaboração do Mapa: precipitação e temperatura (climatologia, precipitação observada e anomalia), o índice de saúde da vegetação do mês de abril e dos meses anteriores. Com isso, foi possível analisar outras áreas do NEB onde havia poucos pontos de informações.

A Figura 2 mostra o mapa validado de abril de 2018 (a) e o mapa validado de maio de 2018 (b). Ao comparar os dois mapas, verificou-se redução na intensidade da seca na maior parte da Região, sendo o detalhamento por estado nas mudanças no traçado geral, descrito a seguir:

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Figura 2. Mapas do Monitor de Secas do Nordeste (MSNE) em 2018: (a) Mapa Validado – Abril; (b) Mapa Validado- Maio.

 

 

No Maranhão, mesmo com a redução das chuvas nesse mês de maio, os acumulados dos meses anteriores contribuíram para a manutenção da redução da seca em praticamente todo o estado. A maior parte do estado encontra-se sem condições de seca, apenas no sudeste são observadas áreas de seca fraca (S1) e moderada (S2), com impactos de longo prazo (L).

No Piauí, a área sem seca no norte do estado e diminuição da intensidade da seca nas outras regiões se manteve no mês de maio. A intensidade da seca que atinge o estado varia de fraca (S0) a grave (S2), com impactos, apenas, de longo prazo. Sendo a seca grave (S2) na parte leste do estado e a seca moderada (S1) na parte oeste.

No Ceará, houve mudanças significativas em relação ao mês anterior, ocorrendo diminuição da intensidade da seca em todo estado, com uma pequena expansão da área de seca fraca (S0) ao norte. Na parte leste, onde antes se observava seca grave (S2) houve redução para seca moderada (S1) de longo prazo. Uma pequena área do Sertão Central e Inhamuns se mantiveram com seca grave (S2). O impacto da seca permaneceu de longo prazo (L) para todo o Estado.

No Rio Grande do Norte, as chuvas de maio mudaram significativamente a condição do estado. Onde antes, havia seca variando de moderada (S1) a grave (S2), com impacto de longo prazo (L), agora passou a seca fraca (S0) A região agreste potiguar e uma parte do Seridó apresentaram seca grave moderada (S1) onde anteriormente era seca grave (S2). Em todo o estado, os impactos são apenas de longo prazo (L).

Na Paraíba, as chuvas contribuíram para redução da intensidade da seca em todo estado. Onde havia seca grave (S2) e moderada (S1) em áreas como a zona da Mata e Agreste paraibano passou a ter seca fraca (S0), até mesmo o Sertão e a Borborema apresentaram seca fraca (S0) e em maior área apresentou seca moderada (S1). Em todo o estado a seca agora possui impacto de longo prazo (L).

Em Pernambuco, as chuvas que ocorreram dentro da normalidade não contribuíram para melhoria no quadro de seca grave (S2) e seca moderada (S1), padrão esse já apresentado no mês anterior. Contudo, houve aumento da seca extrema (S3) no sertão do São Francisco. Verificou-se ainda, a continuidade de não haver registro de seca no Litoral e Zona da Mata do estado. O impacto para todo o estado é de longo prazo (L).

Em Alagoas, no mês de maio, se manteve a área de seca grave (S2) na região do Sertão alagoano e a área sem seca no Litoral e na Zona da Mata. A seca moderada (S1) a fraca (S0) permaneceram na região do Agreste e Bacia Leiteira de Alagoas, com impactos de longo prazo (L) para todo o estado.

Em Sergipe, assim como no estado de Alagoas, as chuvas não foram suficientes para melhorar a situação de seca no Sertão, com relação ao mês de abril, permanecendo assim as mesmas condições do mês anterior. No Sertão do estado, ainda se registrou seca grave (S2), no Litoral continuou com área sem seca e no centro do estado permanece com parte de sua área sofrendo com seca que varia de fraca (S0) a seca moderada (S2), com impactos de longo prazo (L).

Na Bahia, os maiores volumes de chuvas, ocorreram no sul e recôncavo do estado, fazendo com que estas áreas permanecessem sem seca relativa. No norte do estado permaneceram as áreas de seca excepcional (S4), extrema (S3) e grave (S2), com impacto permanecendo de curto e de longo prazo (CL). No oeste do estado houve aumento da área de seca fraca (S0) e moderada (S1) em direção sul, permanecendo com impactos de apenas longo (L) prazo, para essas regiões.  No litoral norte do estado (entre o recôncavo e divisa com Sergipe), mesmo com as chuvas abaixo da média, os acumulados dos meses anteriores contribuíram para manter essa faixa sem seca relativa.

Para o traçado do mapa R2, referente ao mês de maio de 2018, foram utilizadas as considerações feitas na reunião de autoria, realizada no dia 08/06/2018, por representantes da APAC-PE, FUNCEME-CE, INEMA-BA, ANA e ARESTech e durante o processo de validação do mapa, pelos representantes das seguintes instituições: APAC-PE (01), FUNCEME-CE (01), IPA-PE (01), LABMET/UEMA-MA (01),  SEMAR-PI (01), AESA (01), EMPARN (01).

 

 

 

 

 



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