MONITOR DE SECAS DO MÊS DE SETEMBRO DE 2018


Por em 17 de outubro de 2018



NARRATIVA DO MONITOR DE SECAS DO MÊS DE SETEMBRO DE 2018

 

Condições Meteorológicas do Mês de Setembro de 2018

Historicamente, conforme pode ser observado na figura 1(b), no mês de setembro, o leste do Nordeste (NE) brasileiro, em uma área compreendida entre o litoral sul da Paraíba(PB) e o litoral sul da Bahia(BA), localizam-se as regiões do NE que possuem os maiores índices pluviométricos, com volumes entre 100 e 150mm. Nas demais áreas do NE, os índices pluviométricos são inferiores a 75mm e, em grande parte do NE, como no centro-leste do Maranhão (MA), Piauí (PI), Ceará (CE), boa parte dos estados do Rio Grande do Norte(RN), PB, Pernambuco(PE), BA e extremo oeste de Alagoas(AL), a climatologia de precipitação é inferior a 25mm.

Durante o mês de setembro de 2018, de acordo com a figura 1(a), os índices pluviométricos mais significativos, foram observados no litoral sul da BA e no extremo oeste do MA, com valores superiores a 100mm em algumas áreas. No entanto, observa-se, na figura 1(c), anomalia de precipitação, que no litoral leste do NEB, em uma área compreendida entre o litoral do estado da PB e o litoral de AL, bem como em algumas áreas do litoral sul da BA, foram observadas anomalias negativas de precipitação. Embora em algumas áreas do território nordestino tenha sido observada anomalia positiva de precipitação, em termos de totais absoluto os valores não totais observados não são significativos, uma vez que a climatologia da região é baixa no período de análise.

 

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Figura 1. Espacialização da precipitação(mm) mensal no mês de setembro na região Nordeste do Brasil (NEB): (a) Precipitação acumulada; (b) Climatologia; (c) Anomalia de precipitação. Página de procedência da figura: http://proclima.cptec.inpe.br/precmesset.shtml.

 

 

 

Síntese do Traçado do Monitor de Secas de Setembro de 2018

Em uma pré-análise, foram considerados os índices SPI para 3, 4, 6, 12, 18 e 24 meses, com maior detalhamento para os estados do Ceará (CE), Rio Grande do Norte (RN), Pernambuco (PE) e Paraíba (PB), em virtude de uma quantidade maior de pontos e informações que esses estados do Nordeste(NE) brasileiro apresentam. Com o intuito de compensar o déficit de informações, tanto para esses estados quanto para s demais áreas do Nordeste do Brasil (NEB), foram utilizadas, de forma ampla, os seguintes produtos de apoio: climatologia da precipitação mensal, precipitação observada, anomalia de precipitação do mês de setembro e dos meses anteriores e índice de saúde da vegetação (VHI). Com isso, áreas da região do NEB, onde há poucos pontos de informações foram analisadas, além de complementar as análises feitas em áreas onde a densidade de informações é maior.

É necessário ressaltar que, para o traçado deste mapa, foi considerada a seca física, levando-se em conta, principalmente, o índice SPEI e os Indicadores Combinados, de curto e longo prazo, sem analisar as informações dos reservatórios.

Ao comparar o mapa validado no mês de agosto de 2018, na figura 2(a), com o mapa validado do mês de setembro de 2018, na figura 2(b), verificaram-se algumas mudanças no traçado geral (figura 2), tais como:

 

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Figura 2. Mapas do Monitor de Seca em 2018: (a) Agosto; (b) Mapa Validado – Setembro

 

No estado do Maranhão(MA), houve um agravamento da seca, principalmente na parte norte, o que impactou no aumento de área com seca fraca(S0), em direção ao litoral, e seca moderada(S1) na região central. Destaca-se ainda, o avanço, em direção ao oeste, da área com seca grave(S2).

No Piauí(PI), em virtude dos baixos índices pluviométricos observados ao longo do mês de setembro e também nos meses anteriores, houve uma expansão, para a região norte, da seca fraca(S0) e moderada(S1). No sul, área semiárida, a seca considerada grave(S2) também teve sua área ampliada.

No estado do Ceará(CE), assim como nos estados do MA e PI, as poucas chuvas que ocorrem, historicamente, no mês de setembro contribuem para agravar o quadro de seca. Na região noroeste, onde era observada uma área sem seca até agosto, os indicadores mostram um condição de seca fraca(S0). Nas demais áreas do estado, observam-se a expansão, para norte, da seca moderada (S1) e seca grave(S2), bem como um aumento da área com seca extrema(S3) na região sul.

Em grande parte do estado do Rio Grande do Norte(RN), as precipitações também não foram suficientes para amenizar a severidade da seca observada nos últimos meses. Por isso, observa-se o avanço da área com seca grave(S2) em direção a região oeste e central, além do aumento de área com seca moderara (S1) em direção ao litoral leste. Nas demais áreas, não houve modificações no traçado.

Na Paraíba(PB), em relação ao mês de agosto, a mudança mais significativa ocorreu na parte centro-sul e oeste, onde os indicadores SPI e SPEI, principalmente de curto prazo, mostram o surgimento de áreas com seca extrema(S3). No leste da PB, houve um aumento da área com seca moderada(S1) e grave(S2).

Em Pernambuco(PE), os indicadores mostram que houve um aumento, em relação a agosto, das condições de seca moderada(S1) e grave(S2) na parte leste, bem como um aumento da área com seca extrema(S3) em praticamente toda a região central.

No estado de Alagoas(AL), alguns produtos de apoio como índice de vegetação (VHI), bem como os indicadores, mostram uma piora no quadro de seca na região oeste, o que contribuiu para o aumento da área com seca extrema(S3). Na parte central, os indicadores mostram o avanço da seca moderada(S1) e grave(S2) em direção ao leste do estado. No litoral, onde era observada uma área sem seca até agosto, os indicadores mostram o avanço da seca fraca(S0).

Em Sergipe(SE), a mudança mais significativa, em relação ao mês de agosto, foi observada na porção noroeste, onde os indicadores, principalmente de curto prazo, bem como os produtos de apoio, apontam o surgimento de uma área com seca extrema(S3). Assim como em AL, os indicadores mostram o avanço, em direção ao leste, da seca grave(S2), moderada(S1) e fraca(S0).

Na Bahia(BA), as chuvas do mês de setembro, historicamente, se concentram na faixa litorânea. No entanto, as chuvas registradas nesse mês não foram suficientes para amenizar a situação da seca. Os indicadores, principalmente de curto prazo, apontam para o surgimento de área com seca fraca(S0) em boa parte do litoral. Além disso, há também um aumento de área com seca grave(S2) na região central e da seca extrema(S3) na região nordeste. Cabe ressaltar que, no curto prazo, os indicadores também mostram um discreto aumento da área com seca excepcional na parte norte do estado. Nas demais áreas da BA, não houve alterações no traçado.

Com exceção do leste e noroeste do NE, onde os impactos da seca são de curto prazo (C), boa parte da região está com impactos de curto e longo prazo (CL).

Para o traçado do mapa do mês de setembro, foram utilizadas as considerações feitas na reunião de autoria, realizada no dia 10/10/2018, e durante o processo de validação, realizado entre os dias 11 e 16/10,  por representantes da AESA-PB, ANA-DF, APAC-PE, EMPARN-RN, FUNCEME-CE, INEMA-BA, SEMAR-PI, SEMARH-AL, SEMARH-SE e UEMA_LABMET-MA.



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