MONITOR DE SECAS DO MÊS DE OUTUBRO DE 2018


Por em 14 de novembro de 2018



 NARRATIVA DO MONITOR DE SECAS DO MÊS DE OUTUBRO DE 2018

Condições Meteorológicas do Mês de Outubro de 2018

No mês de outubro, iniciam-se as primeiras chuvas na Região Nordeste do Brasil concentradas no sul e oeste da Bahia, sul do Piauí e do Maranhão, onde climatologicamente os valores de precipitação variam entre 75 mm e 150 mm. Também inicia o período chuvoso no estado de Minas Gerais, onde o acumulado mensal pode ultrapassar 150 mm, como pode ser observado na Figura 1(b). Enquanto que nas outras áreas da região Nordeste permanece o período mais quente e seco, com temperaturas elevadas e pouca precipitação.

Em outubro de 2018, as maiores precipitações ocorreram no sul de Minas Gerais com acumulados superiores a 250 mm, também foram registradas chuvas acima de 100 mm no oeste de Pernambuco, sul do Maranhão, sul do Piauí e sul e oeste da Bahia. Não houve registros de chuvas em grande parte do Ceará, Rio Grande do Norte, oeste da Paraíba e Alagoas, bem como no Agreste de Pernambuco (Figura 1a). A ausência de chuvas e de nuvens, na maior parte do Nordeste, contribuiu para temperaturas elevadas, com valores acima da climatologia do período em, praticamente, toda a região Nordeste.

O acumulado da precipitação mensal ficou acima da climatologia no extremo sul do maranhão, sul e leste do Piauí, oeste de Pernambuco e norte da Bahia e em grande parte do estado de Minas Gerais. Ressalta-se a grande variabilidade espacial das chuvas em outubro, com chuvas intensas em pontos isolados, enquanto que em áreas próximas pouca precipitação, como pode ser verificada na Figura 1c.

As chuvas que ocorreram em outubro de 2018 resultaram em pequena diminuição da intensidade da seca no setor oeste da região Nordeste e no sul de Minas Gerais. Porém no setor leste e norte da região Nordeste houve expansão das intensidades de seca.

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Figura 1. Espacialização da precipitação (mm) mensal no mês de outubro na região Nordeste do Brasil (NEB): (a) Precipitação acumulada; (b) Climatologia; (c) Anomalia de precipitação. Fonte: Produtos apoio Monitor de Secas.

 

 

Síntese do Traçado do Monitor de Secas de Outubro de 2018 A partir de outubro, foi acrescentado o estado de Minas Gerais na composição do Monitor de Secas, onde será feito o acompanhamento das condições e impactos da seca nesse estado.

Em uma pré-análise, foram considerados os índices SPI e SPEI para 3, 4, 6, 12, 18 e 24 meses, com maior detalhamento para os estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco, em virtude de uma quantidade maior de pontos e informações que esses estados apresentaram. Com o intuito de compensar o déficit de informações, tanto para esses estados quanto para s demais áreas do Nordeste do Brasil (NEB), foram utilizados os seguintes produtos de apoio: climatologia da precipitação mensal, precipitação observada, anomalia de precipitação do mês de setembro e dos meses anteriores e índice de saúde da vegetação (VHI). Com isso, áreas da região do NEB, onde há poucos pontos de informações foram analisadas, além de complementar as análises feitas em áreas onde a densidade de informações é maior.

Como outubro é um mês climatologicamente seco, em grande parte do Nordeste, não ocorreram grandes modificações no Mapa, apenas um pequeno aumento da seca para norte e leste da Região. Por outro lado, verificou-se uma pequena diminuição da seca no oeste e sul do Nordeste e no sul de Minas Gerais, devido ser o primeiro mês do período chuvoso nessas regiões. Ao comparar o mapa validado no mês de setembro de 2018, na figura 2(a), com o mapa validado do mês de outubro de 2018, na figura 2(b), verificaram-se algumas mudanças no traçado geral (figura 2), tais como:

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Figura 2. Mapas do Monitor de Seca em 2018: (a) Setembro; (b) Outubro.

 

 

No Maranhão, houve diminuição da intensidade de seca, devido à precipitação ocorrida, principalmente no sul do estado, durante esse mês. Houve redução da área de seca grave (S2), que anteriormente se observava em todo sul do estado, que se concentra agora uma pequena área na divisa com o Piauí. Também houve redução da seca moderada (S1), ficando restrita ao centro e leste do estado. No sul e sudoeste do estado, onde antes tinha seca grave (S2) e seca moderada (S1), observa-se apenas seca fraca (S0). Com relação aos impactos, esses dão de curto e longo prazo (CL) na divisa com o Piauí, nas outras áreas do estado, os impactos são de curto prazo (C).

No Piauí, apesar das chuvas que ocorreram em outubro, não houve grandes modificações nas condições de seca do estado. Apenas no extremo sul verificou-se uma diminuição da área de seca grave (S2). Em todo estado há ocorrência de seca que varia de fraca (S0) no norte até seca excepcional (S4) na divisa com Pernambuco, com impactos de curto (C) no extremo norte, e de curto e longo prazo (CL) nas outras regiões.

No estado do Ceará, ocorreu uma expansão da seca extrema (S3) no sul do estado na divisa com a Paraíba, e da seca moderada (S1) para norte do estado. Todo o estado se encontra com condições de seca que varia de fraca (S0) no norte, até seca extrema (S3) no sul. Os impactos permanecem de curto prazo (C) no norte do estado e de curto e longo prazo (CL) no centro e sul.

No Rio Grande do Norte, surgiu uma área de seca extrema (S3) nas microrregiões do Seridó, na divisa com o estado da Paraíba, e houve uma pequena expansão da seca grave (S2) para o leste do estado, nas outras áreas, não houve modificações no traçado. A intensidade da seca no estado varia de seca fraca (S0) no litoral leste até seca extrema (S3) na microrregião do Seridó. Os impactos são de curto prazo (C) no litoral leste e de curto e longo prazo (CL).

Na Paraíba, houve expansão da área de seca extrema (S3) no Sertão e surgimento de uma área se seca extrema no Agreste, bem como uma expansão da seca grave (S2) para leste. Em todo estado observa-se condições de seca, cuja intensidade varia seca fraca (S0) no litoral até seca extrema (S3) no Sertão e Agreste. Os impactos são de curto prazo (C) no Litoral e de curto e longo prazo (CL) no Agreste e Sertão.

Em Pernambuco, permaneceu a condição de seca excepcional no extremo oeste do estado, e houve uma expansão para leste das áreas de seca extrema (S3), seca grave (S2) e seca moderada (S1). Em todo estado ocorre condições de seca, que varia de intensidade fraca (S0) a moderada (S1) no Litoral e Zona da Mata, de intensidade grave (S2) a extrema (S3) no Agreste, e de intensidade grave (S2) a excepcional (S4) no Sertão. Os impactos são de curto prazo (C) no Litoral e Zona da Mata, e de curto e de longo prazo (CL) no Agreste e Sertão.

No estado de Alagoas, houve expansão para leste na intensidade da seca extrema (S3), seca grave (S2) e seca moderada (S1). Todo estado permanece com condições de seca que varia de seca fraca no Litoral (S0) até seca extrema (S3) no Sertão. Os impactos são de curto prazo (C) no Litoral e Zona da Mata, e de curto e de longo prazo (CL) no Agreste e Sertão.

Em Sergipe, houve expansão para leste da seca extrema (S3) que atingiu a região do Médio Sertão e do Baixo São Francisco. Também houve expansão da seca de intensidade grave (S2) e intensidade moderada (S1). Os impactos permaneceram de curto prazo no Litoral (C) e de curto e longo prazo (CL) nas outras áreas do estado.

Na Bahia, as chuvas do mês de outubro, contribuíram para uma redução da área de seca grave (S2) no oeste, porém houve uma pequena expansão da área de seca grave (S2) no centro sul. Nas outras áreas do estado não ocorreram modificações consideráveis. O estado permaneceu com toda área com condições de seca que varia de seca fraca (S0) no leste até seca excepcional (S4) no extremo norte, divisa com Pernambuco. Apenas no extremo sul, não há ocorrência de secas. Os impactos são de curto prazo (C) no leste e de curto e longo prazo (CL) nas demais áreas.

Em Minas Gerais, as chuvas de outubro deixaram a região do Sul de Minas com seca apenas de longo prazo (L) com intensidade que varia de seca fraca (S0) a seca moderada (S1). Nas regiões do Alto de São Francisco, Noroeste e Jequitinhonha a seca varia de fraca (S0) a grave (S2) com impactos de curto e longo prazo (CL). Também se observou o surgimento de uma área de seca fraca (S0) de curto prazo (C) no leste da região de Jequitinhonha.

Para o traçado do mapa do mês de outubro, foram utilizadas as considerações feitas na reunião de autoria, realizada no dia 09/11/2018, e durante o processo de validação, realizado entre os dias 12,13 e 14/11, por representantes da AESA-PB, ANADF, IPA-PE, EMPARN-RN, FUNCEME-CE, INEMA-BA, SEMARH-AL, SEMARHSE e UEMA_LABMET-MA.

 

 

 

 

 

 

 

 



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