MONITOR DE SECAS DO MÊS DE NOVEMBRO DE 2018


Por em 17 de dezembro de 2018



 

NARRATIVA DO MONITOR DE SECAS DO MÊS DE NOVEMBRO DE 2018

Condições Meteorológicas do Mês de Novembro de 2018

 

O mês de novembro marca o período seco da maior parte da Região Nordeste do Brasil. A área central do Piauí e Maranhão, os acumulados oscilam entre 50 mm e 150 mm. Já no norte e nordeste da Bahia, bem como no restante do Nordeste brasileiro, estes volumes não ultrapassam 25 mm. Os maiores volumes de chuvas, com acumulados entre 150 e 250 mm, normalmente acontecem na faixa centro-sul e oeste da Bahia, sudoeste do Piauí, extremo sul do Maranhão e todo o estado de Minas Gerais, como pode ser observado na Figura 1(b).

Em novembro de 2018, os maiores volumes de chuva no extremo oeste e sul baiano, com acumulados entre 150 mm a 250 mm. No sudoeste do Maranhão esses acumulados ficaram entre 100 mm e 200 mm. No restante do Nordeste, o predomínio foi de pouca ou nenhuma chuva (acumulados inferiores a 25 mm). No centro-oeste de Minas Gerais, foram observados acumulados superiores a 250 mm, nas demais áreas do estado esses volumes foram inferiores a 150 mm, mostrado na Figura 1 (a).

Em relação a anomalia de precipitação exibido no mapa da Figura 1 (c), verifica-se na região central da Bahia e em uma extensa área do Nordeste brasileiro as chuvas ficaram abaixo da média histórica. Apenas em pontos isolados a sudoeste do Maranhão, extremo-sul do Ceará, bem como, no oeste e sul da Bahia é que as chuvas ficaram acima dessa média. Em Minas Gerais, predominou chuvas acima do normal em, praticamente, todo o Estado.

 

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Figura 1. Espacialização da precipitação (mm) mensal no mês de novembro na região Nordeste do Brasil (NEB): (a) Precipitação acumulada; (b) Climatologia; (c) Anomalia de precipitação. Fonte: Produtos apoio Monitor de Secas.

 

Síntese do Traçado do Monitor de Secas de Novembro de 2018

A partir de outubro, foi acrescentado o estado de Minas Gerais na composição do Monitor de Secas, onde será feito o acompanhamento das condições e impactos da seca nesse estado.

Em uma pré-análise, foram considerados os índices SPI e SPEI para 3, 4, 6, 12, 18 e 24 meses, com maior detalhamento para os estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco, em virtude de uma quantidade maior de pontos e informações que esses estados apresentaram. Com o intuito de compensar o déficit de informações, tanto para esses estados quanto para s demais áreas do Nordeste do Brasil (NEB), foram utilizados os seguintes produtos de apoio: climatologia da precipitação mensal, precipitação observada, anomalia de precipitação do mês de setembro e dos meses anteriores e índice de saúde da vegetação (VHI). Com isso, áreas da região do NEB, onde há poucos pontos de informações foram analisadas, além de complementar as análises feitas em áreas onde a densidade de informações é maior.

Ao comparar o mapa validado no mês de outubro de 2018, na figura 2(a), com o mapa do mês de novembro de 2018, na figura 2(b), verificaram-se algumas mudanças no traçado geral (figura 2), tais como:

 

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Figura 2. Mapas do Monitor de Seca em 2018: (a) Outubro; (b) Novembro.

 

 

No Maranhão, as intensidades de seca permaneceram iguais ao mês anterior, com um a pequena área sem seca relativa, no extremo norte, seca fraca (S0) e moderada (S1) na maior parte do Estado e uma peque no leste em seca grave (S2). Com relação aos impactos, se mantiveram de curto e longo prazo (CL) na divisa com o Piauí e nas demais áreas do estado, os impactos continuaram de curto prazo (C).

No Piauí, não houve modificações nas condições de seca do estado, em relação ao mês anterior. Há ocorrência de seca que varia de fraca (S0) no norte até seca excepcional (S4) na divisa com Pernambuco, com impactos de curto (C) no extremo norte, e de curto e longo prazo (CL) na maior parte do Estado.

No Ceará, embora registrado, ao longo do mês de novembro, precipitações no sul do Estado, a distribuição temporal e espacial foi ruim. Além disso, indicadores de curto prazo como SPEI (3, 4 e 6 meses) e índice de vegetação mostraram que na maior parte do período a situação esteve crítica, apontando também para uma piora no cenário de seca na porção norte do estado. Assim, houve aumento de seca fraca (S0) e seca moderada (S1) do centro para o norte do Estado e foi mantida a seca extrema (S3) no sul. Os impactos permanecem de curto prazo (C) no norte do estado e de curto e longo prazo (CL) no centro e sul.

O Rio Grande do Norte apresentou as mesmas condições do mês de outubro de 2018, com a continuidade da área de seca extrema (S3) nas microrregiões do Seridó, na divisa com o estado da Paraíba, e da seca grave (S2) para o leste do estado, seca moderada (S1) no extremo norte e seca fraca (S0) no litoral. Nas outras áreas, não houve modificações no traçado. Os impactos são de curto prazo (C) no litoral leste e de curto e longo prazo (CL) na maior parte do Estado.

A Paraíba manteve a área de seca extrema (S3) no Sertão e no Agreste, bem como a seca grave (S2) para leste. Em todo estado observa-se condições de seca, cuja intensidade varia seca fraca (S0) no litoral até seca extrema (S3) no Sertão e Agreste.  Os impactos são de curto prazo (C) no Litoral e de curto e longo prazo (CL) no Agreste e Sertão.

A condição de seca excepcional no extremo oeste, e áreas ao leste com seca extrema (S3), seca grave (S2) e seca moderada (S1) se conservou no estado de Pernambuco, exceto, na região do Sertão do Pajeú, onde houve diminuição da área de seca extrema (S3), com maiores acumulados do ano para o Sertão, entre 600 e 900mm. Em todo estado ocorre condições de seca, que variam de intensidade fraca (S0) a moderada (S1) no Litoral e Zona da Mata, de intensidade grave (S2) a extrema (S3) no Agreste, e de intensidade grave (S2) a excepcional (S4) no Sertão. Os impactos são de curto prazo (C) no Litoral e Zona da Mata, e de curto e de longo prazo (CL) no Agreste e Sertão.

No estado de Alagoas, apresentou, para leste, a intensidade da seca extrema (S3), seca grave (S2) e seca moderada (S1). Todo estado permanece com condições de seca que varia de seca fraca no Litoral (S0) até seca extrema (S3) no Sertão. Os impactos são de curto prazo (C) no Litoral e Zona da Mata, e de curto e de longo prazo (CL) no Agreste e Sertão.

O estado de Sergipe continua mostrando, ao leste, uma seca extrema (S3) que atingiu regiões do Médio e Baixo São Francisco, bem como, seca de intensidade grave (S2) e intensidade moderada (S1)em direção ao litoral. Os impactos permaneceram de curto prazo no Litoral (C) e de curto e longo prazo (CL) nas outras áreas do estado.

Na Bahia, houve uma redução da área de seca grave (S2) no oeste e da seca fraca (S0) no extremo sul do estado, aumentando, nesta região, a área sem seca relativa. Nas outras áreas do estado não ocorreram modificações consideráveis. O estado permaneceu com toda área com condições de seca que variam de seca fraca (S0) no leste até seca excepcional (S4) no extremo norte, divisa com Pernambuco. Os impactos são de curto prazo (C) no leste e de curto e longo prazo (CL) nas demais áreas.

Em Minas Gerais, as chuvas do mês de novembro deixaram todo estado com seca de impacto de longo prazo (L) e com intensidade que varia de seca fraca (S0) a seca moderada (S1), aumentando a área que não apresenta seca relativa.

Para o traçado do mapa validado, referente ao mês de novembro de 2018, foram utilizadas as considerações feitas na reunião de autoria, realizada no dia 11/12/2018, por representantes da APAC-PE, FUNCEME-CE, INEMA-BA, ANA e ARESTech e validação das seguintes instituições: UEMA-MA, SEMAR-PI, AESA-PB, IPA-PE, SEMARH-SE, EMATER/EMPARN-RN,APAC-PE, FUNCEME-CE, IGAM-MG.

 



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