MONITOR DE SECAS DO MÊS DE MAIO DE 2021
Por Márcio Fialho em 23 de junho de 2021
Síntese do Traçado do Monitor de Secas do Mês de Maio de 2021
Este documento descreve, resumidamente, as maiores variações apresentadas no Mapa do Monitor de Secas do mês de maio de 2021 (Figura 1b) em comparação ao mês anterior (Figura 1a). Os destaques são feitos por Região e por Unidade da Federação, acompanhando-se o surgimento, desaparecimento, evolução ou involução do fenômeno da seca em cada uma dessas áreas.
Na Região Nordeste, devido às chuvas abaixo da média no mês de maio, observou-se uma piora na condição de seca, marcada principalmente pelo avanço das áreas com seca moderada (S1) e/ou fraca (S0), no Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia. Em contrapartida, houve recuo da seca fraca (S0) no setor leste de Pernambuco e da seca grave (S2) em Alagoas.
Na Região Sudeste, o maior destaque foi o avanço das secas extrema (S3) e excepcional (S4) no oeste, centro e norte de São Paulo e no triângulo mineiro, em função da persistência de chuvas abaixo da média. Também foi observado a piora nos indicadores que contribuiu para o agravamento da seca fraca (S0) para moderada (S1) no sul do Rio de Janeiro, o avanço da seca moderada (S1) no sul de Minas Gerais e de São Paulo, além do avanço da seca fraca (S0) no norte de Minas Gerais e do Espírito Santo.
Na Região Sul, vale destacar o avanço da seca extrema (S3) no oeste catarinense e o avanço das secas moderada (S1) e grave (S2) no centro-oeste do Paraná, em função das chuvas abaixo da média ocorridas na região. Por outro lado, devido as anomalias positivas de precipitação, houve o recuo da seca grave (S2) em grande parte do Rio Grande do Sul.
Nas demais áreas cobertas pelo Monitor, destaca-se o avanço da seca fraca (S0) pelo norte do Tocantins, nordeste de Goiás, e das secas moderada (S1) e grave (S2) no Mato Grosso do Sul, em função das anomalias negativas de precipitação nos últimos meses.
Em Alagoas, houve recuo da seca grave (S2) no noroeste do estado, assim como da seca fraca (S0) no litoral sul, em decorrência dos desvios positivos de precipitação no mês de maio. Os impactos são predominantemente de curto prazo (C).
Na Bahia, observou-se o avanço da seca moderada (S1) em parte da região central e faixa leste do estado, em decorrência das anomalias negativas de precipitação observadas ao longo dos últimos meses e piora nos indicadores. Os impactos da seca são de curto e longo (CL) no centro-oeste do estado e de curto prazo (C) nas demais áreas.
No Ceará, houve avanço da seca moderada (S1) no sudoeste do estado, devido à piora nos indicadores de seca. Os impactos são de curto e longo prazo (CL) no centro e sul do estado e de curto prazo (C) nas demais áreas.
No Distrito Federal, apesar da ocorrência de chuvas abaixo da média no mês de maio, toda a região continua sem seca relativa.
No Espírito Santo, devido a piora nos indicadores, houve o surgimento de uma área de seca fraca (S0) no norte do estado. Os impactos são de curto prazo (C).
Em Goiás, houve o agravamento da seca na região central, passando de seca moderada (S1) para grave (S2) e avanço das secas fraca (S0) e moderada (S1) no leste do estado. Os impactos permanecem de curto prazo (C) no leste, de longo prazo (L) no noroeste e de curto e longo prazo (CL) nas demais áreas.
No Maranhão, houve avanço da seca fraca (S0) no centro e setor norte do estado, devido às chuvas abaixo da média nos últimos meses. Os impactos permanecem de curto e longo prazo (CL) no centro e sul, e de curto prazo (C) no restante do estado.
Em Minas Gerais, devido à piora nos indicadores e anomalias negativas de precipitação, houve avanço das secas fraca (S0) no centro e no norte do estado, da seca moderada (S1) no sul e da seca excepcional (S4) no Triângulo Mineiro. Ainda, foi observado agravamento da seca no norte, passando de seca fraca (S0) para moderada (S1). Os impactos são de curto prazo (C) no noroeste, nordeste e sudeste, e de curto e longo prazo (CL) nas demais áreas.
Em Mato Grosso, devido às chuvas abaixo da normalidade do último mês e piora nos indicadores, houve avanço da seca fraca (S0) no noroeste do estado. Por outro lado, em virtude de anomalias positivas de precipitação no mês de abril, houve recuo da seca moderada (S1) na região central do estado. Os impactos são de curto e longo prazo (CL) no sul e de longo prazo (L) nas demais áreas do estado.
Em Mato Grosso do Sul, em virtude das anomalias negativas de precipitação e piora nos indicadores, houve o agravamento da seca no sudoeste, passando de seca moderada (S1) para grave (S2), além do avanço da seca moderada (S1) no oeste e da seca grave (S2) no nordeste do estado. Os impactos permanecem de longo prazo (L) no sul e de curto e longo prazo (CL) no restante do estado.
Na Paraíba, houve um leve recuo da seca fraca (S0) no litoral sul, em decorrência das anomalias positivas de precipitação nos últimos meses. Os impactos permanecem de curto e longo prazo (CL) na porção central, e de curto prazo (C) no restante do estado.
No Paraná, em função dos desvios positivos de precipitação e consequente melhora nos indicadores, ocorreu o recuo da seca grave (S2) no norte do estado. Por outro lado, em função da piora nos indicadores, houve o avanço das secas moderada (S1) e grave (S2) no centro-oeste do estado. Os impactos permanecem de curto e longo prazo (CL) no norte, sudoeste e sul, e de longo prazo (L) nas demais áreas do estado.
Em Pernambuco, ocorreu diminuição da área com seca grave (S2) no sudoeste e fraca (S0) no leste do estado, devido às anomalias positivas de precipitação observadas nos últimos meses. Os impactos são de curto e longo prazo (CL) no oeste e nordeste do estado, e de curto prazo (C) nas demais áreas.
No Piauí, em decorrência de chuvas abaixo da normalidade e piora nos indicadores, houve avanço da seca moderada (S1) no extremo leste e da seca fraca (S0) em direção ao norte do estado. Os impactos continuam de curto e longo prazo (CL) no centro-sul, e de curto prazo (C) nas demais áreas.
No Rio de Janeiro, em função das anomalias negativas de precipitação que contribuiu para a piora nos indicadores, observou-se o agravamento da seca no sul, que passou de seca fraca (S0) para moderada (S1), além de um pequeno avanço da seca fraca (S0) no norte do estado. Os impactos são de curto prazo (C) no norte e de curto e longo prazo (CL) no sul do estado.
No Rio Grande do Norte, devido às anomalias negativas de precipitação, houve avanço da seca moderada (S1) em direção ao litoral leste do estado. Os impactos permanecem de curto e longo prazo (CL) em parte do Seridó e Borborema, e de curto prazo (C) nas demais áreas.
No Rio Grande do Sul, devido às anomalias positivas de precipitação no último mês, houve recuo da seca grave (S2) em grande parte do estado. Por outro lado, em função da piora nos indicadores, houve agravamento da seca no extremo norte, que passou de seca grave (S2) para extrema (S3). Os impactos são de longo prazo (L) no nordeste e de curto e longo prazo (CL) no restante do estado.
Em Santa Catarina, devido às chuvas abaixo da média nos últimos meses, houve avanço da seca extrema (S3) no oeste. Os impactos permanecem de longo prazo (L) no leste, e de curto e longo prazo (CL) nas demais áreas.
Em São Paulo, onde o mês de maio apresenta uma climatologia baixa, houve desvios negativos de precipitação e consequente piora nos indicadores, resultando no avanço das secas extrema (S3) e excepcional (S4) no oeste, centro e norte, e no avanço da seca moderada (S1) no Vale do Paraíba. Os impactos permanecem de longo prazo (L) no sudoeste e sudeste, de curto prazo (C) no extremo nordeste e de curto e longo prazo (CL) no restante do estado.
Em Sergipe, o predomínio foi de chuvas com volumes próximos à normalidade no mês de maio. Os indicadores de seca não mostraram mudança na condição.
No Tocantins, ocorreu o avanço da seca fraca (S0) no norte do estado, devido às chuvas abaixo da média nos últimos meses. Os impactos são predominantemente de curto e longo prazo (CL).
Para o traçado do mapa R2 do Monitor de Secas de maio de 2021, foram utilizadas as considerações feitas na videoconferência realizada no dia 11/06/2021 por representantes da ANA e das instituições autoras: INEMA-BA, APAC-PE, FUNCEME-CE, IGAM-MG e INCAPER-ES. Na etapa de validação do mapa, diversas instituições estaduais parceiras contribuíram com dados complementares de suas redes de monitoramento e/ou informações de campo repassadas pelos observadores de impactos locais. Os trabalhos foram coordenados pela equipe da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, Instituição Central do Programa Monitor de Secas.