MONITOR DE SECAS DO MÊS DE MARÇO DE 2022
Por Márcio Fialho em 28 de abril de 2022
Síntese do Traçado do Monitor de Secas do Mês de Março de 2022
Este documento descreve, resumidamente, as maiores variações apresentadas no Mapa do Monitor de Secas do mês de março de 2022 (Figura 1b) em comparação ao mês anterior (Figura 1a). Os destaques são feitos por Região e por Unidade da Federação, acompanhando-se o surgimento, desaparecimento, evolução ou involução do fenômeno da seca em cada uma dessas áreas.
Na Região Nordeste, devido às chuvas acima da média, em especial no último mês, houve recuo da seca moderada (S1) e da seca grave (S2) no Rio Grande do Norte e na Paraíba, bem como o desaparecimento da seca fraca (S0) no noroeste do Maranhão e o recuo da seca fraca (S0) no Ceará, sul do Piauí, oeste da Paraíba e leste de Sergipe.
Na Região Sudeste, houve atenuação da seca em São Paulo, marcada pelo recuo da seca grave (S2) no sudeste, e das secas extrema (S3) e excepcional (S4) no noroeste, em decorrência de chuvas acima da média no mês de março.
Na Região Sul, houve recuo da seca grave (S2) no leste do Paraná, em função das chuvas acima da média.
Na Região Centro-Oeste, devido às anomalias negativas de precipitação no último mês, houve aumento da área com seca fraca (S0) no noroeste e centro-oeste de Mato Grosso e centro de Goiás, bem como o avanço da seca extrema (S3) no oeste de Mato Grosso do Sul. Por outro lado, em decorrência da melhora nos indicadores, em Mato Grosso do Sul ocorreu recuo da seca grave (S2) no norte, e das secas extrema (S3) e excepcional (S4) no nordeste. Vale ressaltar que persiste o cenário de seca intensa (S2/S3/S4) em algumas áreas da região, em decorrência de um longo período (superior a 12 meses) com chuvas abaixo da média.
No Tocantins, único estado da Região Norte monitorado até agora, os indicadores de seca mostraram aumento da área com seca fraca (S0) no norte e leste do estado.
Em Alagoas, houve um pequeno recuo da seca fraca (S0) na região central do estado, devido às anomalias positivas de precipitação. Os impactos permanecem de longo prazo (L).
Na Bahia, houve um pequeno recuo da seca fraca (S0) na parte norte, divisa com Piauí. Os impactos permanecem de longo prazo (L).
No Ceará, devido às chuvas acima da normalidade no último mês, houve o recuo da seca moderada (S1) no nordeste e expressiva diminuição da área com seca fraca (S0) no estado. Os impactos continuam de longo prazo (L).
No Distrito Federal, apesar das chuvas abaixo da média no mês de março, permanece a condição de sem seca relativa.
No Espírito Santo, foi mantida a condição de sem seca relativa, apesar dos desvios negativos de precipitação esse mês.
Em Goiás, houve o avanço da seca fraca (S0) no centro do estado, em virtude das chuvas abaixo da média. Os impactos são apenas de longo prazo (L).
No Maranhão, houve o surgimento de duas porções de seca fraca (S0) no setor sul do estado, devido à piora nos indicadores. Por outro lado, houve o desaparecimento da seca fraca (S0) no noroeste do estado em virtude das chuvas acima da média nos últimos meses. Os impactos são de curto prazo (C).
Em Minas Gerais, ocorreu pequena redução da área com seca excepcional (S4) no extremo oeste do estado, devido à melhora nos indicadores. Os impactos são de longo prazo (L).
Em Mato Grosso, a melhora nos indicadores proporcionou o recuo da seca grave (S2) no sul e da seca moderada (S1) no sudoeste. Por outro lado, houve aumento das áreas com seca fraca (S0) no noroeste e centro-oeste, devido às chuvas abaixo da normalidade. Os impactos são de longo prazo (L) no sudoeste, sul e centro-leste; de curto e longo prazo (CL) no extremo oeste e noroeste; e de curto prazo (C) no restante do estado.
Em Mato Grosso do Sul, devido à melhora nos indicadores, houve o recuo da seca grave (S2) no norte e extremo sul, e das secas extrema (S3) e excepcional (S4) no nordeste do estado. Já no oeste do estado, a piora nos indicadores favoreceu o aumento da seca extrema (S3). Os impactos são de longo prazo (L) no centro e norte e de curto e longo prazo (CL) no restante do estado.
Na Paraíba, devido às anomalias positivas nos últimos meses, houve recuo da seca grave (S2) no nordeste, da seca moderada (S1) no sudeste e da seca fraca (S0) no oeste. Os impactos permanecem de longo prazo (L).
No Paraná, devido às chuvas acima da média, houve recuo da seca grave (S2) no leste do estado. Os impactos permanecem de curto e longo prazo (CL).
Em Pernambuco, devido às anomalias positivas de chuva, houve recuo da seca fraca (S0) e moderada (S1) no leste do estado. Os impactos permanecem de longo prazo (L).
No Piauí, houve recuo da seca fraca (S0) no sul do estado, divisa com a Bahia, devido à melhora nos indicadores. Os impactos são de longo prazo (L).
No Rio de Janeiro, os indicadores não mostraram mudança na condição de seca em relação ao mês anterior.
No Rio Grande do Norte, devido às chuvas acima da média e melhora nos indicadores, houve o recuo da seca grave (S2) no sudeste e da seca fraca (S0) no sudoeste, bem como uma expressiva diminuição da área com seca moderada (S1) no estado. Os impactos permanecem de longo prazo (L).
No Rio Grande do Sul, as chuvas acima da média no mês de março não foram suficientes para atenuar a condição de seca, que permanece a mesma do mês anterior.
Em Santa Catarina, apesar das chuvas acima da média no mês de março, os indicadores mostram a mesma condição de seca do mês anterior.
Em São Paulo, houve recuo da seca grave (S2) no sudeste e das secas extrema (S3) e excepcional (S4) no noroeste, devido às chuvas acima da média no mês de março. Os impactos continuam de longo prazo (L) no norte e no extremo nordeste, e de curto e longo prazo (CL) no restante do estado.
Em Sergipe, houve recuo da seca fraca (S0) no leste do estado, devido às anomalias positivas de precipitação. Os impactos permanecem de longo prazo (L).
No Tocantins, os indicadores de seca mostraram aumento da área com seca fraca (S0) no norte e leste do estado. Os impactos são de curto prazo (C) no norte, nordeste e centro-leste e de longo prazo (L) nas demais áreas.
Para o traçado do mapa do Monitor de Secas de Março de 2022, foram utilizadas as considerações feitas na videoconferência realizada no dia 08/04/2022 por representantes da ANA e das instituições autoras: INEMA-BA, APAC-PE, FUNCEME-CE, IGAM-MG, INCAPER-ES, SEMAD-GO, SEMARH-TO e SIMEPAR-PR.
Nas etapas de validação do mapa, diversas instituições estaduais parceiras contribuíram com dados complementares de suas redes de monitoramento e/ou informações de campo repassadas pelos observadores de impactos locais. Os trabalhos foram coordenados pela equipe da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, Instituição Central do Programa Monitor de Secas.