MONITOR DE SECAS DO MÊS DE ABRIL DE 2016


Por em 17 de maio de 2016



NARRATIVA DO MONITOR DE SECAS DO MÊS DE ABRIL DE 2016

Condições Meteorológicas Observadas no Mês de Abril de 2016

 

O mês de abril faz parte do período chuvoso do norte do Nordeste, que vai de fevereiro a maio, bem como do início do período chuvoso do setor leste da Região, que vai de abril a julho. De acordo com a climatologia de abril, representada na Figura 1 (b), a precipitação nas regiões supracitadas varia de 150 mm a valores superiores a 300 mm, enquanto que nas outras regiões a precipitação é inferior a 100 mm.

Em abril de 2016, em grande parte do centro e oeste da Região, as precipitações registradas foram inferiores a 25 mm (Figura 1a), gerando desvios negativos entre 50 e 200 mm, apresentados na Figura 1 (c), por isso abril foi considerado um mês seco. Com isso, houve alteração no impacto da seca que antes era apenas de longo prazo, para seca com impacto de curto e longo prazo, na parte centro e norte do Nordeste. Dessa forma, a linha que separava a região com impactos diferentes de curto e longo prazo e apenas de longo prazo foi retirada do Mapa (Figura 2).

Por outro lado, ocorreram precipitações acima de 300 mm no Litoral dos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e noroeste do Maranhão, como pode ser visto na Figura 1 (a). Permanecendo nessas áreas a condição de ausência de seca ou ocorrência de seca fraca, como pode ser visto na Figura 2.

PAA

Figura 1. Distribuição espacial da precipitação (mm) mensal no mês de abril na região Nordeste do Brasil (NEB): (a) precipitação observada; (b) climatologia; (c) anomalia de precipitação. Fonte: http://proclima.cptec.inpe.br/~rproclima/Moni_NE/precobsclim04.gif

 

 

Síntese do Traçado do Monitor das Secas de Março de 2016

Em uma pré-análise, foram considerados os índices SPI e SPEI para 3, 4, 6 meses para seca com impacto de curto prazo, e 12, 18 e 24 meses para a seca com impactos de longo prazo. Alguns estados apresentaram maior detalhamento, como foi o caso do Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas e Bahia, em virtude de uma quantidade maior de estações com informações de precipitação repassadas para a elaboração desse Mapa. Mesmo assim, com o intuito de compensar o déficit de informações, tanto para esses estados quanto para as demais áreas do Nordeste do Brasil (NEB), foram utilizadas, de forma ampla, os seguintes produtos de apoio: climatologia da precipitação mensal, precipitação observada, anomalia de precipitação do mês de abril (e dos meses anteriores) bem como o índice de saúde da vegetação (VHI).

É necessário ressaltar que, para o traçado deste mapa, foi considerada a seca física, levando-se em conta, principalmente, o índice SPI, de curto e longo prazo.

Ao comparar o mapa validado no mês de março de 2016 (Figura 2-a) com o mapa validado do mês de abril de 2016 (Figura 2-b), verificaram-se algumas mudanças no traçado, como expansão da área de seca extrema e da área de seca moderada no centro da Região, bem como a retirada linha que separava a área de seca de curto e longo prazo da área de seca com apenas longo prazo, devido toda Região estar com impacto de seca de curto e longo prazo.

 

MSNA

Figura 2. Mapas do Monitor de Secas do Nordeste (MSNE) em 2016: (a) MSNE – Março e (b) MSNE – Abril.

 

No Maranhão (MA), houve redução das categorias de seca no norte e noroeste do estado, passando de seca moderada (S1) e seca grave (S2), para seca fraca (S0) e seca moderada (S1), devido a acumulados de chuva superiores a 200 mm nessa área. Por outro lado, no centro-sul do estado, houve alteração na categoria de seca, aumentando o grau de severidade da seca passando a ter seca grave (S2), onde antes tinha seca moderada (S1). Essa alteração foi ocasionada pela redução entre 100 mm e 200 mm da precipitação esperada para o mês de abril. Os impactos da seca no MA são de curto e longo prazo.

No estado do Piauí (PI), houve expansão da área se seca grave (S3) para todo sul do estado, bem como na área com seca extrema, em virtude da redução da precipitação nessas áreas, com desvios negativos entre 100 mm e 200 mm no mês de abril. Não houve mudanças nas categorias de secas, no setor norte da região, permanecendo com seca de intensidade variando de fraca (S0) a moderada (S1). Ressaltando que os impactos em todo estado agora são de curto e longo prazo, diferentemente de março, quando o centro-sul era de curto e longo e o centro-norte apenas de longo prazo.

No Ceará (CE), não foram registradas grandes alterações, permanecendo com ausência de seca apenas a Região Metropolitana de Fortaleza. Enquanto que houve um aumento da área de seca fraca (S0) e seca moderada (S1) no norte do estado.  Quanto aos impactos, houve uma alteração para curto e longo prazo, onde antes era apenas de longo prazo.

No estado do Rio Grande do Norte (RN) houve uma expansão na área de seca grave (S2) para o sudoeste, bem como uma expansão na área de seca moderada (S1) para leste do estado. Essa expansão da área de secas ocorreu devido aos pequenos índices pluviométricos registrados no estado, gerando um desvio negativo da precipitação esperada para abril entre 100 mm e 200 mm, nessas áreas do estado. Por outro lado, no em parte do litoral leste do estado, permanece sem indícios de seca. Com relação aos impactos, houve alteração para curto e longo prazo, quando antes era apenas de longo prazo.

Na Paraíba (PB), as alterações com relação ao mês anterior ocorreram apenas no leste do estado, com diminuição intensidade da seca na região do Brejo, passando de seca moderada (S1) para seca fraca (S0). Apesar da redução de chuvas em abril, foi mantida a configuração nas outras áreas do estado, devido ao acumulado de chuvas nos meses anteriores, permanecendo a categoria de seca extrema no sul do Curimataú e variando de fraca a grave nas outras áreas do estado, enquanto que no litoral permanece sem ocorrência de seca. Todo o estado encontra-se com impacto de seca de curto e longo prazo.

No estado de Pernambuco (PE), devido às precipitações registradas no setor leste, permanece a situação de ausência de secas no litoral e na Zona da Mata. Pequenas alterações foram registradas, quando comparadas com o mês anterior, como uma expansão da área de seca extrema (S3) para o sul do Agreste. O estado permanece com maior parte de sua área com seca extrema (S3), sendo que os impactos que antes eram de apenas longo prazo, agora se apresentam como de curto e longo prazo.

Em Alagoas (AL), as chuvas ocorridas durante o mês de abril no setor leste, contribuíram para diminuir o grau de severidade da seca moderada (S1) para seca fraca (S0). Por outro lado, no extremo oeste (Sertão) houve uma expansão da área de seca grave (S2). Quanto aos impactos, todo o estado se apresenta com seca de impacto de curto e longo prazo.

No estado de Sergipe (SE), houve uma piora no quadro de seca no oeste do estado, passando da categoria de seca moderada (S1) para seca grave (S2). Essa alteração foi observada tanto nos indicadores quanto nos índices de vegetação. Permanecendo todo o estado sob impacto de seca de curto e longo prazo.

Na Bahia (BA), as poucas chuvas registradas no mês de abril, contribuíram para um agravamento da seca em várias regiões do estado. No setor norte, que faz divisa com Pernambuco houve expansão na área de seca extrema (S3). Também houve expansão na área de seca grave (S2) no oeste e no norte do estado, bem como na área de seca moderada (S1), que agora atinge também o Recôncavo Baiano, onde antes havia apenas seca fraca (S0). Os impactos da seca são de curto e longo prazo em todo o estado.

Para o traçado do mapa do mês de abril, foram utilizadas as considerações feitas por representantes da ANA-DF, INEMA-BA, FUNCEME-CE, ARESTech, SEMARH – AL, SEMAR – PI e EMPARN/EMATER-RN.

 



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